Dependentes químicos da opinião alheia

Em meus devaneios momentâneos, percebi o quando dependemos da crença dos outros. Temos essa necessidade de sempre provar algo pra alguém. Concordo que tem situações que é realmente necessário, como por exemplo, no trabalho. Você precisa provar seu valor para ser reconhecido. Mas em determinadas circunstâncias da vida, não precisamos da aprovação e nem da crença de absolutamente ninguém.

Parte da descrença que temos em nós mesmos, parte da descrença que os outros apresentam em nós. Somos todos dependentes químicos da opinião alheia — em sermos aceitos e compreendidos — para que dessa forma tenhamos em quem nos agarrar para levar a causa a frente. Um gancho de identificação que nos impulsione. Afinal, ninguém quer nada contra a maré porque é mais difícil ir contra.

As vezes estamos em dúvida e precisamos de uma segunda — terceira, quarta e até quinta — opinião para clarear as idéias e chegar a uma conclusão. Querendo ou não, atribuímos peso a essas opiniões e as por vezes, as tomamos como uma verdade absoluta.

Porem, temos aquelas opiniões e comentários não solicitados, que além de vir de “graça” ainda são depreciativos e não construtivos. Mas, apesar de ser extremamente difícil, temos que saber filtrar. Devemos absorver o que for construtivo e abstrair o negativo.

Por vezes deixei de acreditar em mim por causa de um comentário ordinário. Me deixei abalar com a descrença dos outros no meu potencial. O estrago que isso fez na minha vida foi — por anos — irreparável. Porque era como se eu fosse uma folha de papel e alguém vivesse me furando.

Contudo, o tempo passou e hoje eu me surpreendo. A pessoa que eu me tornei e as coisas que eu conquistei, foram méritos meus. Aos poucos eu venho me descobrindo, me tornando mais consciente e me empenhando em mudar aquilo que eu não gosto.

Existem opiniões que são indispensáveis para mim. Mas aprendi que não preciso da aceitação de ninguém a não ser a minha. Eu procuro escutar e absorver aquilo que considero bacana. O resto, eu deixo pra lá.

As coisas depreciativas me emputecem ainda, infelizmente. Não me conformo com gente falando besteira sem me conhecer, sem me entender e nem entendo do porquê elas se importam em dar a opinião nas minhas coisas ou sequer falar da minha vida por ai. Mas estou, com uma incrível força de vontade, tentando abstrair. Respiro fundo, expresso alguns xingamentos mentais e me esforço para pensar em algo mais importante do que isso.

O ser humano é um eterno aprendiz de si mesmo. Vivemos para nos descobrir. Então, não se oprima. Se descubra.